terça-feira, 26 de outubro de 2010

Como fazer uma horta portátil?



Um dos microshops do Evento Fermento: Cidades em Crescimento que nos chamou a atenção, foi uma sessão dinamizada pela Associação para a Valorização Ambiental da Alta de Lisboa, que ensinava todos os participantes a construir hortas portáteis! Não só tivemos oportunidade de nos dividir em grupos para construir uma horta portátil como pudemos perceber as vantagens de ter uma horta portátil de estimação. A AVAAL tem como objectivo da sua acção dinamizar e promover a construção de hortas portáteis entre os habitantes da Alta de Lisboa.

Antes de explicar como fazer uma horta portátil, será útil perceber as vantagens de tal coisa. Imaginem que querem ter um pequeno reservatório de ervas de cheiro em casa, para dar sabor aos cozinhados que, não variando se podem tornar repetitivos e cinzentões. Se essa mini-horta estiver sempre no mesmo sítio, pode ser complicado dar-lhe a exposição solar necessária! Com uma horta portátil podem facilmente mover as vossas ervas de cheiro de um lado para o outro da casa, aproveitando a luz da manhã e da tarde. Uma outra utilidade pode ser o controlo e combate de pragas. Sabendo que certas ervas de cheiro podem atrair ou afastar pragas indesejáveis, será útil ter sempre um batalhão de hortas portáteis à mão na nossa horta ao ar livre, assim podemos mover os nossos batalhões para as zonas mais afectadas, controlando melhor a acção das pragas e mantendo as nossas couves e alfaces saudáveis, uma espécie de xadrez orgânico! Falo de ervas de cheiro mas é possível plantar alfaces e couves, por exemplo, ou mesmo até morangos. De resto, rosmaninho, cebolinho, manjericão, salsa, coentros, sálvia, hortelã, menta, caril, etc. etc!

De que material precisamos para fazer, por exemplo, uma horta portátil de cheiros? Pouca coisa:

- Um vaso de cerâmica ou, melhor, um balde de tinta sem vestígios de tinta, porque tem pega para transportar, com buracos no fundo (não convém usar plástico, porque o plástico acaba sempre por afectar a qualidade da terra a curto / médio prazo;

- Um prato ou base para meter a horta portátil em cima;

- Terra biológica, sem aditivos (o suficiente para encher o recipiente, já se começa a encontrar em muitos viveiros por esse país fora);

- Algum material drenante (tijolos, gravilha, pedras pequenas, pedaços de telhas ou até cartão! Em qualquer dos casos os pedaços deverão ter no máximo uns 4 cms de largura diâmetro, para não caírem pelo fundo do vaso);

- Os pés que se pretende plantar (gostas de fazer assados e massas? Rosmaninho, cebolinho, alecrim e mangericão, por exemplo).

Como fazer?

- Antes demais, estender um plástico no local onde vão estar a preparar a horta, porque é um trabalho que suja bastante...

- Colocar o material drenante no fundo do recipiente (se comprarem um vaso de cerâmica, ele deve vir previamente furado - Se usarem uma lata de tinta terão de furar o fundo em vários locais, isto serve para garantir que a água da rega não se acumula no fundo do recipiente, começando aí a apodrecer comprometendo a qualidade da terra e estragando a horta). O material drenante deve preencher o fundo do recipiente e criar uma camada que ajuda a escoar a água, que sairá pelos buracos do fundo. Ou seja, o objectivo é que a rega sirva para humedecer a terra, não para a afogar!

- De seguida pode-se colocar logo terra, até ocupar dois terços da altura do recipiente. Não encham logo até cima, porque senão é mais difícil dispor as plantas como acharem melhor. O aspecto da vossa horta deve ser este:




- Depois disponham as plantas como quiserem, todas juntas ou separadas. Podem até criar padrões ou fazer jogos com relevo, deixando as ervas maiores ao centro e as mais baixas no rebordo, fazendo uma espécie de pirâmide.

- Depois de colocados os pés, encher o resto do recipiente com terra até preencher o espaço que sobrou! e...

... já está! Simples e rápido. Uma nota apenas: com o passar do tempo e com as regas consecutivas, a terra tornar-se-á mais compacta e irá assentando. Nessa situação deverão colocar mais terra. Podem também ajudar a vossa horta colocando composto orgânico ou fertilizante orgânico. No caso deste segundo, o elevado preço não justifica os resultados, conseguem-se resultados esplêndidos de maneira perfeitamente natural! Devem regar a vossa horta com regularidade, de forma a que a terra esteja sempre húmida.

As possibilidades são imensas, há até quem já tenha cultivado cogumelos silvestres em despensas escuras... Saboroso, não?

Miguel Paisana

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Hortas Urbanas em Portugal

2 de Novembro | 15H30-18H00

Museu da Ciência, Coimbra


Experiências a partir do chão urbano

O tema da Agricultura Urbana tem vindo a surgir em diversos contextos, sejam a sustentabilidade ambiental, a segurança alimentar, o desenvolvimento de economias solidárias ou ainda a integração social e urbanística. O objectivo deste colóquio é contribuir para o conhecimento alargado do fenómeno das hortas urbanas em Portugal enfatizando dimensões históricas, localizações e relações sócio-culturais.

O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e o CES (Centro de Estudos Sociais da UC) apresentam este o tema a partir de um debate que inclui a sociedade civil, representada por uma associação de moradores promotora das agriculturas urbanas em Lisboa, a administração pública municipal a partir do caso emblemático das hortas comunitárias do Bairro do Ingote em Coimbra, e a comunidade científica, representada pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.


PROGRAMA

15H00 | 15H30
ECOLOGIA CÍVICA E AGRICULTURA URBANA. O CASO DA ALTA DE LISBOA
Jorge Cancela, Coordenador da AVAAL – Associação de Valorização Ambiental da Alta de Lisboa

15H30 | 16H00
O CASO DAS HORTAS COMUNITÁRIAS DE COIMBRA: O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS NA PROMOÇÃO DA AGRICULTURA NO QUOTIDIANO DA CIDADE
Francisco Queirós
, Vereador da Habitação da Câmara Municipal de Coimbra

16H00 | 16H30
HORTAS (PERI) URBANAS EM PORTUGAL: PERGUNTAS, DESAFIOS E CENÁRIOS POSSÍVEIS. RUMO A CONSTRUÇÃO DE UMA REDE DE EXPERIÊNCIAS?

Giovanni Allegretti e Juliana Torquato Luiz, CES

16H30
DEBATE ENTRE O PÚBLICO E OS ORADORES

MAIS INFORMAÇÕES
Entrada gratuita
Inscrição obrigatória - enviar email para:
geral@museudaciencia.org

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Couves para Todos na Revista Visão (14/10/2010)


in Revista Visão, 14 de Outubro de 2010, ed. especial ecologia
Reportagem de Vânia Maia

*(clique e zoom in para ler bem)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Fermento e... a Horta em crescimento!


Com a chegada do Outono, a Horta Comunitária de Monte Abraão começa a ganhar uma nova dinâmica e a voltar rapidamente ao activo, não só no que à agricultura biológica diz respeito mas, também, na forma de contactos, experiências e, sobretudo novos amigos e amigas!

Fomos convidados pela Fundação Aga Khan a participar num evento chamado Fermento: Comunidades em Crescimento, iniciativa organizada por esta fundação em parceria com a TESE, que decorreu nos dias 15 e 16 de Outubro. Foi uma oportunidade única para partilharmos o nosso projecto com muitas pessoas e para ficarmos a conhecer outros tantos projectos que, como o Couves para Todos, primam pela sua simplicidade e pelo seu carácter inclusivo. Uma das principais conclusões? A inclusão promove-se através da junção de interesses e vontade em iniciativas simples com resultados complexos e ricos em diversidade e proactividade.

O primeiro dia do Fermento esteve reservado à organização de visitas, por inscrição, a diversos projectos de intervenção social na área de Lisboa. A Horta Comunitária de Monte Abraão teve o prazer de receber um grupo de sete pessoas, todas elas com proveniências distintas. O objectivo? Dar-mos a conhecer o nosso projecto, não em tom afirmativo, mas na forma de perguntas, discussão e desafios que enfrentamos. Vivendo nós num mundo tão complexo, estamos esquecidos de como é simples fazer coisas por livre e espontânea vontade, e foi isso que nós tentámos transmitir aos nossos visitantes. Falámos de couves e do Bairro 1º de Maio, de rabanetes e dos nossos vizinhos, de ervas de cheiro e de como nos organizamos semanalmente para criar um espaço onde possamos estar. Criticamos as cidades onde vivemos, mas oferecemos uma hipótese, na intermitência das nossas deslocações diárias existe um espaço de 100 metros quadrados onde podemos Estar e, melhor, Estar todos juntos, ao mesmo tempo. A Horta biológica é o objectivo mas tornou-se, percebemos nós agora, a desculpa para nos sentirmos bem num sítio, e para estarmos todos juntos. Por entre apresentações, conhecimentos, ideias e sugestões, muito se falou de agricultura enquanto forma de promover a inclusão, enquanto forma de satisfazer as necessidades de toda a gente, seja do que precisa de cultivar para comer, do que precisa de um espaço para conviver, do que precisa de desanuviar ou até do que apenas precisa de ver um pouco de verde no seu dia-a-dia. A conversa prolongou-se por cerca de hora e meia, até que o frio do Outono lá nos expulsou. Creio que todos se foram embora com algum optimismo e, sobretudo, com vontade de estar no dia seguinte no Centro Ismail de Lisboa, para uma jornada rica em pessoas, contactos, e outros projectos cheios de simplicidade mas também genialidade.

No segundo dia, dia 16, a Horta reuniu uma comitiva generosa e diversificada para marcar presença no Centro Ismail. O programa era tão rico e diverso, entre microshops diversos, sessões de trabalho e convívio, que percebemos que o melhor seria mesmo dividir-nos e ir cada um a uma coisa diferente, de forma a que no final pudéssemos ter um apanhado de tudo o que se anda a fazer por aí. De manhã, participámos em sessões de trabalho com vários temas: criatividade, redes, inteligência emocional, etc. À tarde, foram os microshops de vários projectos, houve de tudo, prédios falantes, associações que juntam pais, alunos e professores, jovens com super-poderes, grupos de sensibilização para as dificuldades diárias de pessoas com mobilidade reduzida, hortas portáteis, enfim, uma série de coisas que nos chamaram a atenção de diversas formas, sobretudo porque são problemas latentes das comunidades, que estão a começar a ser solucionados por pessoas que viram no colectivo uma solução possível. Respirava-se no Centro Ismail um ar cheio de proactividade e vontade de actuar, inovar, de não deixar nada como está. Pessoas normais, como tu e como eu, a ir para algum lado por carreiros diferentes mas com um sentido comum.

No final deste dia as mensagens a reter eram muitas, muitos números de telefone trocados, muitas referências a blogs, sites, eventos, workshops futuros, entre outras partilhas. A vontade é de que para o ano haja mais, que isto não fique por aqui.

Há muito mais para contar mas mais não vos conto. Se quiserem saber mais terão que nos encontrar a todos no sítio de sempre: Domingos, das 9h30 às 13h00 na Horta Comunitária do Monte Abraão! Resta-me deixar, em nome do Couves para Todos, um grande obrigado à Zara Merali, da Aga Khan, por nos ter procurado, convidado, ajudado e, também, pelo reconhecimento do valor do nosso projecto! Aproveito também para dar as boas vindas a uma nova colaboradora, a Susana Branco, que chegou cheia de vontade desenhar coisas cá pelo Monte Abraão e por esse mundo fora!

Miguel Paisana

(a coluna de links do Couves será actualizada brevemente!)




segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Descobre o Permacultura Portugal

É o espaço internético obrigatório para todos os que procuram ou se interessam por formas de vida mais simples, mais sustentáveis, mais felizes e em comunhão com a natureza.

Permacultura Portugal é uma rede social que promove o movimento de transição e a permacultura no nosso pais.

É como um pequeno facebook, onde mais de 1300 membros (um número sempre a crescer!) podem interagir, procurar e partilhar informação sobre as pequenas grandes mudanças que estão por aí a acontecer.

Estão lá quase todos os projectos relacionados com permacultura e sustentabilidade pelo país fora.

Na secção “eventos”, ficas a par da quantidade incrível de encontros, cursos, workshops, e conferências, sobre temas como a permacultura, agricultura biológica, construção com materiais naturais, ecologia ou a vida em comunidade.

Se os temas te interessam ou simplesmente provocam a tua curiosidade, cria a tua conta junta-te à comunidade!

Francisco

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O Rosmaninho




Também conhecido por alecrim, o rosmaninho é uma planta comum no nosso país.

Considerado um arbusto, as folhas são pequenas e finas, a flôr é roxa e o aroma é intenso e agradável.

Na natureza chega a atingir 1,8 m, mas se for plantado num vaso, o seu crescimento é menor. Como é uma planta mediterrânica, resiste bem o clima quente e seco do verão e invernos pouco chuvosos. Quando é jovem, deve ser regada de 15 em 15 dias, depois disso já não necessita de rega.

Na culinária, pode ser usado como mel de rosmaninho e como condimento para a manteiga. Outras aplicações incluem a utilização desta planta como repelente de traças e outros bichos, talvez por isso é comum colocá-la em saquinhos junto à roupa.

As suas propriedades antibacterianas conferem-lhe propriedades medicinais. Também é recomendável para combater febres intermitentes, febre tifóide e digestão lenta. A infusão de alecrim é benéfica também a nível cognitivo, estimulando a memória.

Desde a sua antiguidade, é queimado como incenso em templos e igrejas.


A horta comunitária do monte abraão possui um exemplar recente, com cerca de 50cm de altura.


Ana Raquel e Joana