terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Uma horta no centro da cidade - artigo do jornal i

A ideia surgiu em Agosto de 2008. Três estudantes, na casa dos 20 anos, com um objectivo concreto: criar uma horta comunitária


O espaço não chega a um hectare, no Monte Abraão, em Queluz, organizado em quadrados perfeitos. Banheiras a céu aberto e uma taça de campeonato são elementos suspeitosos, mas no Verão os espantalhos erguidos no centro de cada rectângulo denunciam talhões agrícolas. O sítio foi escolhido a dedo, ao lado de um bairro social que já desenvolvia actividade agrícola numa antiga lixeira, a metros das entradas de prédios.

"São pessoas que têm um sentido muito enraizado de propriedade do solo, que plantam para subsistir", explica ao i Ricardo Canelas, um dos fundadores. O terreno camarário estava ao abandono, era "um aterro com restos de obras de que já ninguém se recorda". E a ideia do grupo - hoje com um núcleo duro de quatro pessoas e 20 colaboradores - era fazer daquele um espaço de convívio, ultrapassando a mera condição de horta urbana. "É revitalização urbana, mas com um espectro de possibilidades mais alargado do que aquilo que se vê pela janela", conta Miguel Morais, um dos membros mais activos. "Os ganhos são subjectivos. Aqui produzimos para contrariar a ideia de subúrbio, mudar a relação que as pessoas têm com o espaço."

Aos domingos, o convívio está espelhado para quem passa: uma cadeira de barbeiro debaixo de uma árvore convida a sentar-se, agarrar num espelho e ver barba e cabelo aparados sem pagar; ao lado, mesas de churrasco onde cada um grelha carne à vez. "É um bairro social, na sua forma mais básica", explica Liliana Farelo, uma das mais recentes e empenhadas horticultoras. "Partilha-se tudo: tome umas alfaces, dê-me uns coentros."

Regresso às raízes Nos planos para os próximos tempos, realça-se um: o convite feito pelo Palácio Nacional de Queluz para que a mesma ideia seja implantada nos jardins do palácio. O grupo não tem ilusões. "O que queremos é ensaiar maneiras de tornar esta actividade sustentável e produtiva nas cidades", explica Canelas. "Ao produzir para comer, reduzimos a pegada ecológica dos alimentos; com as plantações damos espaço a ecossistemas para crescerem. É uma soberania alimentar, e a outros níveis, que as cidades não conhecem", adianta.

No início, a contrariar os prós, a falta de experiência era o contra partilhado por todos. A ajuda dos avós foi essencial, mas a internet - e o "Borda d'Água", nossa bíblia - foi a primeira grande patrocinadora do projecto. Hoje, são agricultores exímios, adeptos de uma actividade livre de químicos. "Misturar aguardente, água e alho é o melhor para acabar com pragas de piolhos", exemplifica Liliana.

Oferecem ervas e couves à equipa do i, mas não se perdem no discurso. "Na Holanda, os planos directores municipais já incluem espaços para agricultura urbana. E é irónico que a terra mais fértil de Portugal esteja concentrada no litoral, que está mais urbanizado", sublinha Canelas. "Tem de se pensar localmente, senão os projectos estão condenados ao fracasso", conclui Miguel. "Copenhaga, provavelmente, não vai servir de nada, porque estão a querer começar no fim do ciclo."

Na era do Farmville, o grupo levanta- -se cedo para cuidar da horta - mas de mãos na terra e longe do computador. Não procuram subsídios, antes um efeito bola-de-neve: que mais gente veja a horta e queira participar no projecto.

O primeiro ensinamento para os novatos? As banheiras estão ali para recolher água da chuva, utilizada na rega. A taça de campeonato é mero adereço, desenterrado pelo grupo e que ali ficou a abençoar o projecto.

no i online

domingo, 13 de dezembro de 2009

And now for something completely different...

O vegetal da semana é um fungo, é o Cogumelo, um verdadeiro power-up! Obrigado Jójó pelo generoso contributo! E, já agora, os nossos devidos respeitos ao maior mushroom-eater da história (ver aqui)


Agaricus bisporus, ( A. bisporus, conhecido como champignon ) Lentinula edodes ( L. edodes, como Shiitake ) e Pleorotus spp ( shimeji ou hiratake). Cogumelo, um alimento com características nutricionais excelentes, com alto teor de proteínas e fibras alimentares, além do baixo teor de lipídeos e fonte considerável de fósforo.

São conhecidas aproximadamente 2000 espécies comestíveis e cerca de 25 de­las são cultivadas comercialmente.

Os cogumelos que nos surgem a toda a hora nas matas, florestas, pardos e mesmo nos nossos jardins, no Outono e Primavera, não são mais que os “frutos” de um fungo que vive no solo, nos troncos das árvores ou até mesmo nos excrementos dos animais. Estes fungos que têm a capacidade de produzir cogumelos (ou frutificações) a que podemos chamar “macrofungos” em oposição aos fungos que só se observam bem ao microscópio, mas que nos são igualmente úteis, como por exemplo as leveduras que nos permitem fazer pão, vinho e cerveja.

Estes fungos foram há muito tempo classificados como “plantas”. Eram no entanto umas plantas estranhas que não faziam fotossíntese nem tinham raízes. O conhecimento aumentou e os fungos são agora considerados um reino separado das plantas fazem parte do reino Fungi.

Como não fazem fotossíntese os cogumelos têm que ir buscar energia a outras fontes e por isso alguns são parasitas, outros saprófitas (alimentam-se de matéria morta) e alguns são ainda simbiontes (fazem associações com outros organismos de modo a todos tirarem vantagem…uma espécie de cooperativa biológica!).

Seja qual for a seu modo de alimentação todos desempenham um papel fundamental nos ecossistemas, em muitos casos a relação que mantêm com a Humanidade é de longa data e ocasionalmente poderíamos dizer que é uma relação de amor-ódio. Tanto podem ser uma iguaria gastronómica rica em fibras, polissacáridos e proteínas, como podem ser a causa morte por colapso hepático. Tanto podem ser um meio de protecção e desenvolvimento acrescido das árvores nas nossas matas, florestas e pomares, como podem ser a causa de morte e destruição das nossas arvores e/ou produtos agrícolas.

É então fundamental conhece-los, pois apesar de usados, quer gastronomicamente, quer medicinalmente há milénios, a verdade é que são verdadeiros desconhecidos para a maioria das pessoas.

Para os reconhecer é preciso saber e usar praticamente os 5 sentidos, é necessário conhecer características de textura, cor, cheiro, e sabor e ter em atenção qual o habitat em que são encontrados, e mais do que tudo, é necessário experiencia e bom senso. O bom senso que não deixa que, quando se tem duvidas, se arrisque a ingerir cogumelos silvestres.

Podemos no entanto ficar restritos a um pequeno grupo de cogumelos largamente utilizados, e inclusive produzidos comercialmente. Serão não mais de 10 espécies, quase todas com inicio de produção em países como a China e o Japão, e só importadas para o ocidente num passado muito recente. No entanto já é possível encontrar variados tipos de cogumelos nas prateleiras do supermercado.

O mais interessante, é que alguns destes cogumelos são relativamente fáceis de ser produzidos em pequena escala e em casa, na horta, ou no jardim, em palha, cevada, troncos ou material compostado.

Agaricus bisporus, ( A. bisporus, conhecido como champignon ), Lentinula edodes ( L. edodes, conhecido como Shiitake ) e Pleorotus spp (conhecido como shimeji ou hiratake), são 3 dos cogumelos mais vulgarmente comercializados e facilmente encontrados em grandes superfícies ou lojas gourmet.


Os Agaricos são cogumelos que não conseguem extrair os seus nutrientes de material ainda muito lenhoso, por isso, digamos que precisa de uma “pré-mastigadela” enzimática do material sobre o qual vai crescer. Precisa de material compostado para poder crescer e desenvolver-se. Este cogumelo pode ser produzido “artesanalmente” se dispusermos de um composto, o que pode ser perfeitamente a matéria compostada resultante da actividade da horta. É uma maneira de ter mais-valias nutricionais e económicas numa horta.

O shiitake e o pleurotus têm uma maior capacidade de degradação de material ainda muito lenhoso, pelo que são cogumelos que podem e são muitas vezes cultivados em troncos ou pedaços de madeira, o que torna a sua produção muito mais fácil que o agaricus. Neste caso não há necessidade de previamente compostar material orgânico para os fazer crescer, um simples ramo ou tronco de árvore pode ser a nossa “fábrica” de cogumelos.

Temos que ter em atenção que nem todas as espécies de árvores servem, uma vez que as resiníferas não são adequadas, porque a resina não permite que o fungo cresça, logo que o cogumelo se forme. Assim, se tivermos disponíveis troncos de cerca de 10 cm de diâmetro de plantas como tílias, carvalhos, freixos ou ate mesmo eucaliptos, podemos inoculá-los com o micélio dos nossos cogumelos (micélio é a parte não reprodutora dos fungos, é o que cresce sempre na base do cogumelo e lhe dá origem, é o fungo em si) e se os deixarmos ao ar livre (regando periodicamente para manter um grau elevado de humidade), em 6 meses teremos cogumelos a surgirem no nosso tronco.

Este é um processo produtivo que também pode ser desenvolvido na horta, basta para isso obter o inoculo (a “semente” do nosso cogumelo) já previamente crescido para inocular os nossos troncos, um pouco de espaço (embora os troncos possam ser empilhados uns sobre os outros), alguma rega, paciência para a espera e pronto…

Existem muitas receitas de cogumelos à nossa espera, embora grelhados só com sal seja uma das mais apreciadas. Aqui vai um exemplo:


Salteado de legumes light

- 2 colheres rasas de margarina light (ou azeite)

- 1 dente de alho

- 2 colheres (sopa) de salsa picada

- sal

legumes cozidos:

- 1 chávena de couve-flor

- 1 chávena de brócolis

- 1 chávena de cenouras

- 1 chávena de feijão verde

- 1 chávena de champignons

Aqueça bem uma frigideira anti-aderente, coloque a margarina (ou azeite) e frite nela o alho, juntando a salsa picada e mexendo mais um pouco. Junte os legumes e o champignon. Acerte o sal e refogue por alguns minutos.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

E esta semana: a cenoura !!

Planta herbácea, da família das umberíferas, bianual, de raiz fusiforme, grossa e carnuda.

De sabor doce e agradável, pode atingir 60 cm, terminando com uma umbela composta, as folhas são abundantes, recortadas envolvendo o caule.

Eram já conhecidas e apreciadas na antiguidade clássica por Gregos e Romanos

São cultivadas em horta as variedades de raízes e polpa amarelo-avermelhada, as outras variedades forraginosas ou açucareiras. As mais recomendáveis para a horta são as Chantenay, semi-comprida de ponta redonda e avermelhada; as de Nantes, de raiz cilíndrica, a Touchon muito temporã e a de Guerande, de raízes grossas.

É um óptimo alimento, digestivo e saboroso, tem elevado valor nutritivo já que tem na sua composição, proteínas 1,2% de proteínas; 0,3% gorduras e de hidratos de carbono cerca de 9,3%, além de vitaminas A; B1; B2 e C, potásio, sódio e cálcio entre outros.

Utiliza-se na preparação de sopas, cozidos ou guizados, em bolos e o suco além de bebida nutritiva serve para colorir artificialmente a manteiga. Entra ainda na preparação de conservas e pickles, a rama pode servir para esparregado ou como alimento de animais domésticos.

Como curiosidade referir que as nossas avós, faziam um xarope com as cenouras cortadas às rodelas polvilhadas generosamente com açúcar mascavado, muito utilizado no combate à tosse e as sementes da cenoura eram utilizadas em chá como estimulante das funções digestivas.

Bolo de Cenoura

Ingredientes

3 cenouras grandes cozidas e trituradas ; 2 chávenas de açúcar; 2 colheres de sopa margarina derretida (sem estar quente); 4 ovos; 2 chávenas de farinha; 1 colher de fermento.

Modo de preparo

Numa tigela juntam-se as gemas com o açúcar a que se adicionam as cenouras e o óleo, a pouco e pouco junta-se a farinha peneirada com o fermento e de seguida envolve-se o preparado com as claras batidas em castelo
Vai a cozer em forma sem buraco, barrada de margarina e polvilhada de farinha.
Não deve cozer demasiado, para não ficar seco.

p.s. Agradecemos mais uma vez à Susete o tempo e disponibilidade que dedica à pesquisa ora de frutos, ora de vegetais, e que tanto nos ajuda a manter o blog interessante e colorido! bem haja, e a todos o resto de uma boa semana.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Na cidade!

Na cidade, Sérgio Godinho

Na cidade não há hortas

há avenidas, ruas tortas
onde crescem os letreiros
mas
onde crescem as alfaces
favas, nabos, rabanetes, limoeiros?

Uma alface, uma uva
cresce ao sol e cresce à chuva
se plantadas com carinho
mas
que planto eu no cimento
e nos ferros e nas pedras.

http://www.deezer.com/en/music/sergio-godinho/sergio-godinho-canta-com-os-amigos-de-gaspar-387741?song=4160558#music/sergio-godinho/sergio-godinho-canta-com-os-amigos-de-gaspar-387741

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A semana dos Coentros!


Coentros ou Coriandrum sativum

Originários da Europa meridional, onde crescem espontaneamente, crê-se que são utilizados e conhecidos desde os tempos bíblicos.

De propriedades anti-sépticas e anti-espasmódicas, estimulantes e cicatrizantes, estão indicados para problemas ao nível do sistema digestivo e do reumatismo.

Semeiam-se durante todo o ano, mas o mais conveniente, de acordo com Dias Antunes em A pequena horta familiar, edição de 1958, será no Outono e Primavera. Deve ter-se no entanto algum cuidado no Inverno, por causa das geadas.

Muito atreitos a ervas daninhas devem mondar-se amiudadas vezes.

Curiosidades

Contam as lendas que as “Bruxas” utilizavam os coentros nas suas poções para os filtros de amor.

Também o médico, alquimista, físico e astrólogo suíço Paraselso usava os coentros, juntamente com outras ervas para curar maleitas, e misturados com a secreção do cervo-almiscar do Crocus sativus, vulgo açafrão, e ainda com resina de Boswellia (insenso), criou um perfume cujas propriedades odoríficas eram benéficas ao amor.

Culinária

Bem enraizados na culinária alentejana os coentros são indispensáveis em saladas, sopas, marisco, carne e peixe, em acompanhamentos e até em licores.

Caldo de Cação (4 pessoas)

4 boas postas de cação

1 cebola grande cortada às rodelas finas

1 bom molho de coentros picados

Sal, azeite, farinha e vinagre e pão alentejano

Num tacho colocam-se as postas de cação a que se juntam a cebola, o azeite e o sal, rega-se com cerca de um litro de água , deixa-se cozer após o que se retiram para um prato.

Ao caldo que ficou adicionam-se 2 colheres de farinha desfeitas em 2 colheres de sopa de vinagre, (atenção para que não haja grumos) caso contrário ao misturar deverá passar a mistura por um passador.

Depois de engrossar juntam-se novamente as postas de cação.

Serve-se com pequenas fatias de pão, a que no Alentejo se dá o nome de sopas.

Notas: Há quem em vez de cebola utilize alhos eu acho que fica com um sabor demasiado intenso pelo que prefiro cebolas. O prato perde completamente a sua graça se as sopas de pão, se não forem de pão alentejano.


Um especial agradecimento à Susete Evaristo, autora do post desta semana sobre os coentros. A Susete tem estado muito disponível assim como tem sido uma boa companheira nos mais variados assuntos relacionados com a nossa horta! Obrigada Susete, bem haja.

Boa semana para todos.

domingo, 15 de novembro de 2009

Fruto da semana - o kiwi




Na tentativa de fazer jus ao início desta rubrica, propomos que esta semana se fale sobre o kiwi. Que fruto tão exótico é este, cujo nome científico é o justo Actinidia Deliciosa? Sabiam que o nome completo do kiwi é kiwifruit, que levianamente diminuimos para o simples kiwi? E que o kiwi é não só natural do sul da China, como é considerado o fruto nacional desse país? Lá dão-lhe nomes muito engraçados: pêssego do macaco (devem gostar de kiwis, sabem o que é bom :p, e pêssego do sol!) Este fruto só foi divulgado pelo resto do mundo no início do século XX, viajando primeiramente desde a China até à Nova Zelândia para não mais deixar de ser consumido e muito apreciado!


A forma mais comum do kiwi é oval, tem uma pele fibrosa com uns pêlos castanhos, e uns caroçinhos pretos muito pequeninos no centro. O seu interior é de cor verde, a textura é suave e o sabor inconfundível. Cultivam-se maioritariamente em Itália, na China e na Nova Zelândia.
É um fruto muito nutritivo: contém tanto potássio quanto a banana e muita vitamina C, bem como vitamina A e E. As suas sementes negras costumam ser utilizadas para produzir óleo de kiwi, que é muito rico em ácido alfa-linolénico. Está comprovado que os kiwis são benéficos no controlo de asma em crianças, e que uma dieta rica em fibras, onde se inclui este fruto, diminui a probabilidade de cancro no cólon.


É importante que as pessoas alérgicas à enzima actinidina tenham em conta que o kiwi contém este elemento. Os sintomas comuns desta alergia passam por inchaço nos lábios e na boca, sendo que podem evoluir para situações mais graves.




Receita
Sorvete de kiwi

Ingredientes
1 (sopa) de sumo de limão;
1 (chá) de água;
2/3 (chá) de açúcar;
4 kiwis maduros, descascados e cortados em quatro;
Folhas de hortelã para decoração.

Modo de preparação
Num jarro de 1 litro colocar a água e o açúcar. Levar a lume máximo por 3-4 minutos, até dissolver o açúcar e começar a ferver (ir mexendo com colher de pau). Cozinhar em lume máximo por mais 5 minutos (ir mexendo ocasionalmente). Cobrir com uma tampa e colocar no congelador por 45 minutos, ou até a calda ficar gelada. Passar o kiwi na 123 com o sumo de limão. Juntar o puré de kiwi à calda gelada. Passar para uma forma quadrada (22,5 cm) e cobrir com papel-manteiga humedecido, e pressionar levemente sobre a superfície. Levar ao congelador por 3 horas (remexer de vez em quando). Passar o sorvete para uma tigela pré-gelada. Com a batedeira em velocidade média, bater até ficar cremoso, mas ainda congelado. Alisar a superfície e levar ao congelador até ficar firme.
Para servir: deixar repousar à temperatura ambiente durante 5-10 minutos (de modo a amolecer um pouco). Decorar com folhas de hortelã e servir.
Esta é uma receita deliciosa, mas aos mais vorazes aconselhamos a comer o kiwi à colherada :)

Curiosidades:
- A casta militar da Nova Zelândia chama-se Kiwi, e é desta forma que são conhecidos mundialmente (para mais informação aceder a Kiwi - A kiwi country:1930s–2000s - Te Ara Encyclopedia of New Zealand);

- Kiwis são também umas aves muito simpáticas:

imagina-las enroscadinhas é de facto pensar num kiwi :)

YouTube - Kiwi!




Na próxima semana chegará até vós um outro fruto. Qual será... ?


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Fruto da semana - A abóbora!


Começamos esta rubrica com... *pum*pum*pum*... A abóbora, um fruto (ou será vegetal?) que nos é tão querido e cujos usos são tão variados quanto entranhada está na nossa cultura gastronómica essa pintura geralmente cor-de-laranja que se espalha pelos nossos campos a partir de meados de Setembro!

Abóbora é o termo mais vulgar para designar o fruto da aboboreira ou cucurbita, planta hortícola da família das cucurbitáceas. Note-se que esta família é extremamente diversa, incluindo também a melancia, o melão, o chuchu e o pepino. A razão pela qual as abóboras possuem tantas formas, feitios, sabores e, sobretudo, tamanhos, deve-se ao facto de ser um fruto de polinização cruzada - este cruzamento ocorre quando os elementos de uma planta fertilizam a estrutura orgânica de outra planta de outra espécie! Em muitos casos, é comum que a própria planta da aboboreira adopte comportamentos característicos de outras plantas, de forma a estar melhor adaptada ao seu contexto ambiental. Como podem ver aqui, há abóboras para todos os gostos! Por isso é tão difícil definir a abóbora: vegetal? fruto? Seja ela o que for, terá sido trazida para a Europa depois de os Europeus terem tomado conhecimento do seu cultivo na América do Sul - a abóbora era um elemento essencial na gastronomia das grandes civilizações sul-americanas (Azteca, Inca e Olmeca).



A introdução da abóbora na cultura ocidental foi de tal forma intensa que ela passou a fazer parte da própria definição cultural, em termos gastronómicos, decorativos e festivos! O halloween é, talvez, o maior esquema de marketing jamais inventado para vender fruta e para entreter as crianças do primeiro ciclo por esse mundo fora. Sublinhe-se, também, a entrada da abóbora no imaginário popular e no reino do fantástico - o conto Sleepy Hollow, de Washington Irving, mais conhecido com a lenda do cavaleiro sem cabeça, é imageticamente associado à abóbora enquanto lanterna e, simultaneamente, agente sombrio e sobrenatural.



O cultivo da abóbora pode revelar-se um processo muito divertido, tanto de organizar como de observar. Para além de ser um óptimo acrescento visual para qualquer horta, as abóboras podem crescer até um peso e tamanho assustadores (como se pode ver acima). Os americanos divertem-se a fazer concursos - assume-se que, para eles, a máxima "size does matter" seja tão importante como "in god we trust"... A aboboreira é uma planta relativamente autónoma, pouco exigente em termos de regadio. Planta-se em Abril e recolhe-se em finais de Setembro / inícios de Outubro. Simples, não parece? Na verdade não é. O aumento do frio para finais de Outubro pode ser fatal para os frutos e, um outro problema, é que é impossível planear onde é que as abóboras vão crescer. A aboboreira estende-se por onde lhe apetece, pelo que dará fruto onde mais lhe apetecer (o que inclui telhados e outras árvores...) . Anárquico e extremamente divertido =D



Em termos gastronómicos, a abóbora é um óptimo recurso alimentar. É rica em vitamina A, e fornece também vitaminas do complexo B, cálcio e fósforo. Para além de possuir calorias é de fácil digestão. Pode-se fazer sopa ou até uma docinha tarte, como a que se vê acima!

Uma última curiosidade sobre a abóbora, e que é também um exemplo da sua entrada no nosso quotidiano ao longo dos tempos: antigamente, para fazer chuchas para os bébés, as pessoas envolviam pequenas porções de abóbora picada misturada com açúcar amarelo em pequenos panos de linho. Davam um nó na extremidade do pano e metiam na boca dos bébés, que se entretiam com a deliciosa chucha!

Pesquisem e comprem sementes variadas para experimentar plantar abóboras. É divertido, saudável e fácil! É de acrescentar que ainda não foram plantadas abóboras na Horta Comunitária do Monte Abraão mas, no próximo Abril, elas estarão lá para colorir ainda mais o cimo do Monte de que tanto gostamos.

Na próxima semana chegará até vós um outro fruto. Qual será..?

(Fontes - Conteúdos: Wikipedia; Imagens - GoogleImages )

Nova rubrica



O blog da Horta Comunitária do Monte Abraão tem servido de plataforma de difusão de uma série de conteúdos, mais ou menos relacionados com aquilo que consideramos ser a nossa ideia de projecto, relação com o espaço, agricultura, horticultura e, numa outra escala, factos importantes a considerar na assunção de uma nova postura perante a terra e o seu uso.

Decidimos começar a dinamizar, então, aqui no blog, uma nova rubrica semanal. É assim que chegará até vós, todas as semanas, um novo posto sobre o "Vegetal / fruto /planta da semana"! É verdade, aquilo que da terra vem pode ter muitos usos e proveitos para o nosso quotidiano, muitos deles não apenas alimentares! Tentaremos associar os diferentes temas dos posts semanais a vegetais, frutas e plantas cujo tempo ideal da colheita seja esteja próximo! E melhor, o primeiro post está aí a aparecer, e é sobre um fruto muito muito típico desta época. Qual será? Stay tuned*

Resumo dos trabalhos hortícolas de ontem

E plantou-se arroz... :'D

domingo, 8 de novembro de 2009

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Proverbial


"Beterraba ontem, mutante (biológico) amanhã."

(autor desconhecido)

Trás-os-Montes não voltou a ser deles outra vez.

Algumas questões podem parecer, por vezes, fora do âmbito da Horta e do que fazemos lá por trás, pela frente e pelos lados do nosso Monte. Em todo o caso, tudo tem tudo a ver com a relação com o espaço, relação que tentamos harmonizar todos os Domingos lá pelas 9h30 da manhã ou pelas 11h47 da quase tarde, se porventura a noite de Sábado tiver sido generosa.

Enfim, ficam as sugestões: algumas considerações sobre Trás-os-Montes, e agitações lá para os lados de Mirandela.

(É provável que os links deixem de funcionar com a renovação das páginas em questão.)

Se o documentário do Jorge Pelicano for mesmo para o circuito comercial de cinemas (o que quer que isso signifique...) poder-se-á organizar uma ida conjunta ao cinema, seguida, quem sabe, de uma conversa mais abrangente sobre uma série de questões que, em derradeira análise, nos dizem respeito a todos.

Estarias interessado/a em participar, conversar, cavar e plantar? Estamos em couvespatodos@googlegroups.com e em couvesparatodos@gmail.com, e somos porreiros, aceitamos todas as sugestões =)

A ver se metemos aqui mais umas fotografias da horta, as beterrabas e rabanetes estão quase a invadir o Bairro.

Cumprimentos, e até Domingo às 9h30 / 11h47.


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

o que se podia fazer com isto:


Ensino itinerante. Quando o recreio é a horta do Rodrigo

O ensino pré - escolar é não só de importância incontornável como extremamente enriquecedor para estas crianças que, no século XXI, estão isoladas em Beliche de Baixo, tendo como único vínculo comunicacional a forma do ensino itinerante. É uma ideia útil e poética, qual biblioteca itinerante da Gulbenkian, mas chamo aqui à atenção para a necessidade de rentabilizar os recursos que temos. Porque viver no campo nunca foi, e agora ainda consegue ser menos, uma limitação, e há muitos que desejam ter uma horta para brincar. Muitos na cidade. Por isso toca a abrir os olhos para este tipo de artigos e pensar até onde é que é uma questão de isolamento, em vez de incapacidade (e reconheço-lhe a improbabilidade) de rentabilizar o espaço.

Enquanto isso...

LONG LIVE THE URBAN FARMS!!

Liliana (que já aprendeu a actualizar o blog.)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ideias hortícolas!


É espantoso o que se pode fazer com um pedaço de terra, algumas ferramentes, sementes, muita vontade e... um computador! O Seed Savers Exchange é um projecto com décadas, é verdade, mas é também a prova de que podemos trazer para as práticas agrícolas biológicas coisas novas, estimulantes, que afectam a forma como olhamos, trabalhamos e no damos com a Terra, seja em espaço rural, urbano ou até mesmo na nossa própria varanda! Nós na Horta Comunitária do Monte Abraão ainda não experimentámos este site, acabámos de o conhecer, mas partilhamo-lo desde já com todos os agricultores sequiosos que caminham por estas terras.

Fartos de plantar comuns couves, rabanetes, feijões e ervas aromáticas? Nós não estamos e temos muita coisa recém-plantada e pronta a crescer! No entanto, para além destas coisas relativamente conhecidas e comuns, o Seed Savers Exchange dá-vos a hipótese de comprar todo o tipo de sementes, cultivar coisas de que nunca ouviram falar! Melões gourmet, couves que de outra forma só se encontraria do outro lado do mundo, feijões japoneses, physalis de todas as cores, etc. O mais provável é que a Terra seja pouca... Ocupem novos espaços, se preciso!

Não se esqueçam, no entanto, de que o Seed Savers Exchange não vende apenas sementes biológicas! Assim, se pretenderem adquirir sementes, verifiquem se, na descrição, está escrito "Certified Organic Product"! Assim não há que enganar! Para além deste tipo de produtos também se vendem manuais de boas práticas de cultivo para agricultura orgânica.

Percam-se na infinitude de hipóteses e lembrem-se, uma horta nunca é suficientemente colorida nem variada!

Saudações hortícolas e boa sorte para as novas plantações!

domingo, 20 de setembro de 2009

O regresso ao activo


Após as férias de verão, voltámos em força aos trabalhos na horta.

Os canteiros vazios e secos, dão agora lugar a espaços povoados com pequenas couves em crescimento e, aos poucos, a horta está voltar a ganhar vida, tal como o nosso projecto, que vai crescendo e evoluindo com novas ideias.

Os nossos receios ainda não se concretizaram, e a horta ainda está no mesmo sitio.

Os encontros semanais continuam a ser aos domingos, às 9.30h.

sábado, 18 de julho de 2009

A Horta comunitária do Monte Abraão vai festejar o seu primeiro ano agrícola!


Por isso, vamos colher tudo o que a horta nos ofereceu e dividir por toda a gente!

Vem conhecer a famosa hortinha no alto do Monte ou, se ela já não for estranha para ti, vem ocupar uma parte da tua tarde com convívio no meio das couves...

Gostávamos que estivesses presente com a tua música, os teus poemas, a tua alegria...


Traz pique-nique e um saquinho para levares legumes para casa!


Domingo, 19 de Julho, partir das 16h!





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Para cá chegares vê:

http://tinyurl.com/couvesparatodos

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Hortas em perigo!


Esta semana foi marcada pela incerteza da continuidade das hortas... num futuro demasiado próximo. Há algum tempo que conhecemos a intenção da Câmara de Sintra de construir ali um estacionamento junto à estrada. As novidades são que afinal todas as hortas serão expulsas (e não apenas as que ficam junto à estrada), e que tudo terá de acontecer no prazo de um mês (não 3 meses, como nos tinham dito).



A Junta de Freguesia, em colaboração com os agricultores locais, tem-se empenhado na alteração da data da remoção das hortas, adiando a mesma para daqui a 2 meses, de modo que as culturas possam acabar de se desenvolver... Até lá, estamos em negociações com a Junta relativamente a um novo espaço de cultivo, para que as pessoas se possam instalar num local mais seguro (sem obras previstas nem tretas da câmara).



Aí queremos começar uma nova fase: um projecto consistente de uma horta comunitária biológica, que envolva todos os hortelões interessados.

Actualmente estamos também a tentar sensibilizar a câmara municipal de Sintra para a implementação de um projecto sólido de hortas urbanas no concelho. Todo o apoio será bem-vindo!

Como vai a horta...

A semana passada foi complicada a nível de regas, tanto pelo calor como pela reduzida disponibilidade das pessoas para ir regar, mas lá se conseguiu arranjar umas gotinhas de suor da malta que conseguiu arranjar disponibilidade para essa tarefa.
Em virtude do tempo de seca que se fez sentir, os feijoeiros não gostaram muito, e as suas folhas já se apresentam algo amarelas, mas nada de muito grave, visto que continuam a produzir feijão verde saudável. Os tomateiros também estão meio caidinhos mas lá se aguentam e já mostram sinais de recuperação, e já temos tomates! As Cenouras vão-se aguentando. As ervilhas secaram.

Esta semana, como o tempo estava mauzinho, deu para fazer pouca coisa na horta, mas trabalhando nas abertas, ainda deu para:
- Tirar algumas ervas daninhas
- mexer a terra na zona das cebolas (para ajudar à infiltração da agua)
- reencaminhar feijoeiros para as estacas
- apanhar ainda alguns grelos que insistem em aparecer fortes e saudáveis
- transferir água da banheira para o depósito
- colher mais sementes

Até breve!

Festa e conversa sobre hortas urbanas na Mouraria


Ontem foi dia de festa! A Horta Popular da Calçada do Monte fez dois aninhos de existência. Durante todo o dia houve uma Oficina da Eco-Construção, Chi Kung, actividades para crianças (pinturas faciais e jogos), piquenique e concertos.

Pela tarde houve também um debate sobre as hortas urbanas em Lisboa, organizado pelo GAFFE (Grupo A Formiga Fora da Estrada), para o qual fomos convidados.

Foi uma boa oportunidade para partilhar a nossa experiência aqui pelo Monte e sensibilizar mais pessoas para os problemas que enfrentamos, mas também para conhecer outras hortas e hortelões.

Esperamos que seja o início de muitas actividades em conjunto!

"Aproveitando a Festa da Horta Popular da Calçada do Monte, decidimos relançar o tema das hortas urbanas e ver como mesmo no meio da cidade podemos transformar terrenos sem vida em espaços verdes de cultivo e convívio.
Fenómeno iniciado na segunda metade do século XIX, as hortas urbanas sejam elas familiares, colectivas ou sociais têm cada vez mais seguidores. São motivo de coesão social, lugares favoráveis ao encontro e à partilha."

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Revolução é cultivar os próprios alimentos :)

A árvore das patacas somos nós, por Luísa Schmidt

Excelente artigo de Luísa Shmidt sobre o nosso querido país, que há muito escolheu a sua especialidade agrícola: cultivar desmesuradamente o cimento e o betão.



Alguns excertos:

"Há um sector então onde tudo parece ainda mais especial: o dos chamados produtos biológicos. Portugal tem condições óptimas para estes produtos - que, além de objectivamente excelentes, têm ainda uma condição comercial muito favorável. E é nisto então que o país aposta em força e com coragem? Não."

"A agricultura industrialista gosta de produções musculadas. Contudo (sobretudo num país como Portugal), o negócio está cada vez mais nas agriculturas cuidadosas e subtis, quase artísticas. Produtora de excelência, a agricultura biológica beneficia o ambiente, o consumidor, o empresário e ainda outros sectores."

"Passados dois anos da publicação da portaria que permite às autarquias e regiões declararem-se livres de OGM, ou seja, interditarem o cultivo de organismos geneticamente modificados, Portugal tem apenas uma: o município de Lagos."

"Os nossos solos classificados como 'muito férteis' já correspondem apenas a 4,5% da superfície cultivável e somos o país da UE com maior percentagem de solos férteis impermeabilizados por construções de vária ordem. Apesar disto, o processo continua justamente sobre os nossos solos de melhor qualidade: as grandes plataformas logísticas, desde a de Castanheira de Pêra à da Trofa - estão a ser construídas nos tais 4,5% de solos muito férteis. Tal como a futura cidade aeroportuária também se projecta para cima de uma das melhores zonas hortícolas do país."

terça-feira, 12 de maio de 2009

Somos notícia!


Horta Comunitária de Monte Abraão nasceu há um ano

Um grupo de residentes da cidade de Queluz, entre oito e quinze cidadãos, teve a ideia em Junho e começou a plantar em Setembro do ano passado uma horta comunitária em Monte Abraão.

A horta urbana localizada no Bairro 1º de Maio, na Av. Capitão António Gomes Rocha tem objectivos “bastante profundos e não devem ser minimizados pelo seu reduzido tamanho. Existem vários e são bastante distintos. O grande cenário é a criação de uma consciência social e ambiental, através da utilização de um espaço desocupado na produção de alimentos sem recorrer a técnicas artificiais e prejudiciais para todos a longo prazo. Promover a experimentação directa com as culturas, mostrar que é possível ter resultados sem os comprometer à partida.”, revela ao Cidadania Queluz, Ricardo Canelas, um dos participantes.

“Mistura de lazer e consumo próprio.”
A horta urbana não tem objectivos comerciais e não é esse o objectivo dos horticultores citadinos. A horta comunitária serve antes “objectivos sociais: motivámos a criação de novas hortas e imediações e novos interessados nestas actividades.”

Uma horta pela Cidadania Ecológica
A Horta Comunitária de Monte Abraão faz também o trabalho de “sensibilização de órgãos públicos, quer a nível de freguesia quer a nível de município, é um grande objectivo do grupo. a verdade é que estas hortas são um elemento fundamental na vida de algumas pessoas, por muito poucas ou pequeninas que sejam. A aplicação de medidas concretas de incentivo e protecção destes espaços não custa muito, coisas pequenas bastariam para dar um grande contributo à sua existência e proliferação. Existe uma enorme inércia politica neste sector porque não é algo que seja regulável sem algum esforço, mas não é necessário que tudo seja definido com rigor e integrado num plano logístico de enormes proporções, basta alguma elasticidade, medidas inteligentes, adaptáveis e boa vontade. É possível também encarar o espaço como uma possibilidade de aprendizagem contínua e prática, preparação para voos maiores ou pequenos projectos pessoais.”

Principais dificuldades na Horta
As principais dificuldades na manutenção da horta comunitária passam pela rega uma vez que se situa na colina de Monte Abraão.

Verão ameaça Horta Comunitária
“A horta situa-se uma colina do Monte Abraão, imediatamente acima da escola Ruy Belo, sendo que a água é transportada por nós até ao local. Adaptámos-nos à realidade, apostamos principalmente em culturas de pouca água, mas em períodos de seca é muito complicado garantir um correcto desenvolvimento das mesmas. Conseguimos adquirir um depósito de 1000l que nos serve como amortecedor, mas recarregar o mesmo é complicado e exige a utilização de automóveis. Gostaríamos de contar com algum tipo de apoio dos órgãos da Freguesia, mas estamos completamente desamparados. É possível, temos sobrevivido, mas com o Verão é claro que não poderemos alimentar tudo com a presente capacidade de rega.”

Futuro : objectivos da horta comunitária
“Conseguir manter o projecto coeso”
“Montar uma pequena estufa (crescimento nas estruturas)”
“Garantir um sistema de loteamento informal por parte da Junta de Freguesia”
“Expandir o actual círculo de troca de sementes de origem biológica entre outras hortas do distrito”
“Existe tanto que pode ser feito…”

terça-feira, 5 de maio de 2009

Elas andam aí!

E porque isto das hortas na cidade está mesmo a ficar na moda, aqui vai outro bonito vídeo da SIC sobre a Horta Popular da Mouraria. Eles podem ter vista para o Tejo, mas nós temos para o Oceano (ok, é muito lá ao fundo, mas temos!). E viva as hortas urbanas! :)

Jornal da Noite, 26 de Abril de 2009

PS - A horta popular fica ali pertinho do Martim Moniz e os encontros são todos os Domingos às 16h. A ideia é a mesma que aqui pelo Monte: estão todos convidados!

E para a nossa hortinha, nao vem nada nada nada?

Diz-que assim até é normal que os pequeninos agricultores e as velhinhas cooperativas (palavra bem bonita) deste país estejam na miséria, e se abandonem os campos. A notícia é do esquerda.net, e a lista de que falam pode ser consultada aqui.

Países europeus divulgam quem ganha com a PAC

Desde que os países europeus são obrigados a publicar os nomes dos beneficiários dos 55 mil milhões de euros em ajudas da PAC (Política Agrícola Comum), o escândalo regressa. São as grandes multinacionais, os milionários e a nobreza latifundiária que repartem entre si a maior fatia do bolo. Em Portugal há 38 entidades que receberam mais de um milhão em 2008. Mas o maior subsídio, de 10 milhões, tem como destino uma empresa espanhola.

A Indústrias Lacteas Asturianas S.A foi o maior beneficiário das ajudas europeias à agricultura portuguesa, recebendo 10.037.520,26 euros entre 16 Outubro de 2007 e 15 de Outubro de 2008. No pódium dos subsídios ao nosso país seguem-se a Sociedade Lusitana de Destilação, de Torres Novas, com 8.347.956 euros e a Torriba de Almeirim, que recebeu 7.393.904 euros. Acima dos 5 milhões de euros estão ainda a APAVE da Azambuja e a DAI, de Coruche.

A transparência na atribuição dos subsídios europeus à agricultura foi uma luta ganha, mas nem todos estão convencidos. Por exemplo, o governo alemão resiste ainda à divulgação dos nomes dos beneficiários às contestadas ajudas à agricultura e é por isso muito criticado pela oposição. E em vários outros países, a divulgação das listas é feita de forma parcial.

Poucos são os cidadãos que não se espantam com algumas das figuras que recebem ajudas dos dinheiros públicos da União Europeia. O valor de ajudas à agricultura representa quase metade do Orçamento global da UE e o seu destino não escapou à regra dos anos anteriores, com a maior parte a ser entregue às grandes empresas da agro-indústria.

A multinacional Greencore sedeada na Irlanda está no topo da lista, com 83 milhões. Já o líder mundial da exportação da carne de aves, o grupo Doux, com sede em França, recebeu 63 milhões. França é o grande destino destas ajudas concentradas em poucas mãos, com outras seis entidades a receberem cada uma mais de 20 milhões de euros da PAC no ano passado.

Em Inglaterra, a maior parte dos subsídios foi para multinacional Czarnikow que domina o mercado do açúcar em todo o mundo. Na lista de grandes beneficiários encontram-se outras empresas de dimensão mundial no ramo alimentar, como a Nestlé e a Tate & Lyle, mas também a própria Raínha, o príncipe Carlos e muitos membros da nobreza receberam ajudas pagas pelos contribuintes da União Europeia, graças às suas quintas.

Também na Irlanda se descobriram alguns milionários a receber ajudas agrícolas. Segundo o jornal Times, um deles é o patrão da Ryanair, que curiosamente é um crítico reputado da intervenção da UE na regulação da indústria da aviação. Outro é Anthony O'Reilly, o tubarão dos media que tem o hobby da criação de gado. Outros empresários e políticos conhecidos no país também fazem parte desta lista que pode ser escrutinada por todos os cidadãos.

domingo, 3 de maio de 2009

Algumas fotografias das nossas culturas

Feijoeiros com vista para o mar:



Já temos feijão verde!



Os alhos já se começam a ver:



Os faveiros estão estão lá, mas ainda não começaram a dar favas...




A horta manda cumprimentos a toda a gente!

O que é que se cultiva na horta?

Bróculos
Couve portuguesa
Couve Galega
Couve Penca
Couve Bacalã
Couve Amarelinha
Couve Nabo
Couve Chinesa
Cebolinho
Ervilhas
Favas
Feijões (variedade:feijão verde)
Rabanetes
Nabos
Alfaces
Salsa
Coentros
Cebolas
Cenouras
Alho normal
Alho Frances
Morangos
Tomates
Lavanda
Louro
Hortelã
Hortelã-Pimenta
Erva Cidreira
Batatas
Espinafres

...é uma horta com um bocadinho de tudo!

A história da vida da couve Maria

Tudo começou com o "Big-Bang", e após a evolução de muitos giga anos, nasceu a Couve Maria. A sua história podia ser comum à história de muitas outras couves, não fosse o facto de ter sido criada numa horta biológica com vista para o mar.

De cada semente, com pouco mais de 1mm de diâmetro, nasceu uma couve, entre elas a Maria que, com rega frequente a alguma ajuda do clima, foi crescendo. Quando as suas folhas atingiram aproximadamente os 3-4cm, foi transferidas da incubadora (alfobre) para a terra livre, juntamente com mais irmãs:



De seguida passou pela fase da adolescência, fase em que o rápido crescimento era notório de semana para semana. Nunca sentiu falta de liberdade, tinha crescido num espaço com um campo de visão de luxo, na encosta de um monte virado a sul, com vista para o mar e, por vezes, para o cabo Espichel...teve uma adolescência sem problemas!




Passou pela fase dos piolhos, das lagartas, mesmo assim era feliz, pois os seus cuidadosos pais adoptivos, não a agrediam com produtos quimicos e eficazes, e em vez disso, arranjaram fórmulas biológicas para lhe tratarem das doenças. Quando ela tinha lagartas a comerem-lhe as folhas, os pais tiravam-nas uma a uma, criando assim uma ligação mais próxima com a couve Maria e com as irmãs.
Pelo natal, os seus tratadores, precisaram das suas folhas para preparar a ceia de natal com as famílias, e nessa altura ela sentiu que seria essa a missão para a qual tinha nascido: fornecer alimento a quem cuidar dela.
Após um Janeiro e Fevereiro chovosos, foi desenvolvendo grelos que lhe cresciam entre o caule e as folhas, continuando assim a fornecer alimento.
Com o calor de Março, começou a espigar e a ganhar flor...



...nessa altura fez muitas amizades com abelhas que lhe iam tirar o pólen para fazer mel...é uma couve generosa!
Quando a flor começou a perder as pétalas, dentro dela, começaram a nascer as vagens com as sementes: ia ser mãe!
Passados dois meses, a Couve Maria começou a secar: estava a ficar velha...nas suas vagens secas, os filhotes já estavam prontos a saír, para darem continudade à família, os pacientes donos recolheram as suas sementes, para darem origem a uma nova geração de Couves.

Nota: a couve Maria não foi insensivel ao esforço que os seus pais adoptivos tiveram para lhe dar àgua...era justo tirarem-lhe as folhas!


...e viveram todos felizes para sempre...excepto a couve Maria, que morreu no parto :-P

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Hortas Urbanas na SIC



Imagine ir buscar os legumes para o jantar, não ao supermercado, mas à horta lá de casa. Cultivar um pedaço de terra não é tarefa impossível mesmo para quem vive no meio da cidade, rodeado de prédios.
Jornal da Noite, 26 de Julho de 2007

Hortas em Lisboa



"A horticultura em plena cidade continua a ocupar centenas de reformados e começa a interessar a cada vez mais jovens de Lisboa. A Câmara Municipal prepara-se para avançar com um projecto de valorização das hortas no município: espera-se 50 hectares de hortas cuidadas, com caminhos, água e mobiliário próprio, nos próximos 3 anos, e a criação de pequenos mercados para comercialização dos produtos locais." (Sapo Notícias)

Encontros semanais




Arrancar ervas daninhas, plantar novas culturas, arranjar os caminhos, colher e distribuir couves (e não só!) entre todos... Faz-se um pouco de tudo nos Domingos de manhã na horta.

É o momento em que nos juntamos, decidimos novas coisas para plantar. É quando estamos com os hortelões vizinhos e aprendemos um pouco mais.

Mas é também uma manhã de convívio, de actividade física, de contacto com a terra – a oportunidade de fazer algo diferente em pleno subúrbio de Lisboa.

E é a melhor altura para também tu apareceres!

Couves para todos!


A horta nasceu há quase um ano...

A ideia: praticar agricultura biológica em plena cidade, fazer algo diferente, sujar as mãos na terra, ter legumes frescos para levar para casa.

Desde então, de um espaço sujo e abandonado, têm surgido couves galegas e portuguesas, cebola e cebolinho, salsa e coentros, batatas e cenouras.

Marcamos um encontro semanal para o domingo de manhã. Já estivemos quase 20 pessoas. Tivemos tambem uma visita das crianças da Alcateia do agrupamento de escuteiros do Monte Abraão.

A entreajuda e o convívio com os hortelões das hortas vizinhas e moradores do bairro têm sido constantes. Desde que começámos a horta comunitária, já outras três bonitas hortas cresceram à volta. São muitas as pessoas que querem cultivar um pedaço de terra na nossa freguesia!

Com este pequeno espaço criado, aberto à participação de todos, são muitos os projectos que se podem desenvolver: desenvolvimento e aplicação de téncicas de agricultutra biológica, sensibilização ambiental, trabalho com crianças das escolas primárias e com os jovens da freguesia, sensibilização da Junta e da Câmara Municipal de Sintra para a importância das hortas urbanas (e de ter programas de apoio e incentivo a estas hortas), encontros, refeições, workshops... As ideias crescem como as couves!